AS CRIPTOMOEDAS DOS BANCOS CENTRAIS

O setor bancário tem a necessidade de inovar. Atualmente existem diversos bancos que oferecem fácil acesso a serviços financeiros através de plataformas e serviços de internet, no entanto com a crescente digitalização os bancos centrais querem apostar em tecnologia Blockchain. Neste sentido querem desenvolver as suas próprias moedas digitais, CBDC (sigla para Central Bank Digital Currency). Investir agora neste ramo pode significar uma grande vantagem no futuro, podendo haver uma rotura no sistema financeiro global.

As CBDC já são uma realidade, os Estado Unidos conhecem a importância de lançar o dólar digital, no Brasil já está em andamento o projeto do Real Digital, a CBDC nacional. Na Europa o Banco Central já está a desenvolver o projeto do euro digital e na China a CBDC nacional é já uma realidade, o e-CNY é conhecida como a moeda digital da china.

É importante falar que as CBDC não são Criptomoedas, visto que estas não preenchem o requisito de moeda, são voláteis e têm problemas a nível ambiental. Isto porque não são aceites como meio de troca por todos os agentes económicos, não constituem reserva de valor, visto serem muito voláteis e não permite que os valores dos bens sejam comparados, Unidade de Conta. Para além disto são um sistema descentralizado, não havendo ninguém com controlo sobre elas. A criação de CBDC é um processo lento visto que é necessário terem regulamentação, têm de ser fiáveis e seguras, não podendo aliciar à fraude.

A China já lançou o projeto piloto da sua moeda digital, a e-CNY, podendo esta ser usada para consumo e circular em certas áreas comerciais. No entanto o processo de implementação é lento, sendo importante preservar a estabilidade financeira. Este passo dado pela china pode influenciar naquilo que poderá ser a moeda de reserva futura.

Uma moeda digital como reserva de valor mundial parece ainda estar longe de ser uma realidade, até porque o dólar é muito usado para comércio, liquidação e dívida externa. Existem ainda muitas questões para responder e muita regulamentação para ser discutida, mas é um facto que alguns países já levam uma vantagem em relação a outros devido aos investimentos que estão a realizar agora que podem influenciar um avanço no futuro.

 

Francisco Almeida, Diretor do Departamento de Marketing e Comunicação

 

Francisco Almeida

 
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